sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ilu Ilu

Estava eu, um belo dia, no ócio, e resolvi fazer algo que não fazia havia algum tempo: sair à procura de novas músicas e pérolas bollywoodianas no youtube, meu maior provedor de indianices. E eis que encontrei o seguinte...



O filme é Saudagar, e o ano, 1991. E isso é tudo que eu sei. Ou melhor, é claro que observando o clipe pude notar que é um casal que se ama (genial, Isa, "I love you, I love you"), que criou uma espécie de código nada secreto para dizer que se ama, "Ilu", e a música trata de explicar a todos que isso significa o amor entre os dois. E que tudo é muito, muito brega.

E o que me chamou a atenção em primeiro lugar foi a Manisha Koirala e seu cabelo super fashion. Eu me espantei ao perceber que estou muito acostumada a vê-la em papéis sérios ou tristes, que ver todo aquele estilo cocotinha colorida me deixou curiosamente surpresa. Até porque eu a acho uma moça bem bonita, sabe. 

Depois, comecei a reparar melhor no clipe em si. A musiquinha é tão bonitinha. Batida leve, vozes suaves, tudo obviamente romântico e fofo. O rapaz, que eu não fazia a menor ideia de onde era, mas me parecia familiar, a Carol fez questão de esclarecer quem é: um ilustre desconhecido. Ou Vivek Mushran Anand Irani, como preferir. Acho tão bonitinha a parte quando ele fecha os olhos e mexe o pescocinho e canta "ilu ilu" *batidinha* (1:26). 

Porém, o que mais me chamou a atenção nisso tudo foi a ambientação. Os pequenos detalhes que tornam Bollywood para terceiros um festival de Rivaldos, Saiam do Lago e Desculpa. Aqui vão alguns:

O que são aqueles dançarinos da primeira parte do clipe? Alguém se habilita a me explicar? Tem um lindíssimo espécime hippie policial que, Jesus...

Ele também ama todos nós, dá saltinhos e rebola!

As tiazinhas da segunda parte que acompanhavam a Manisha também não ficaram pra trás. Com direito a perguntar "que diabos é Ilu?" com a maquiagem na mão, roupas chiques e jóias (para caracterizar que são umas patricinhas inúteis, provavelmente), expressões forçadas e piscadinhas estranhas durante o close (2:56). E, se vocês repararem, há um mix espetacular no tempo, nessa mesma parte: de manhã para entardecer, de entardecer para manhã. Queria poder fazer isso com o meu dia também.

Agora vem o ápice do clipe... Ursinhos de pelúcia em balanços! Eu não consigo fazer com que isso tenha algum sentido, mas acabei de pensar em alguns: pode ser porque é fofinho (e extremamente... retardado) ou porque o nosso filho do Dev Anand tenha dado a ela no decorrer do filme. Bem, isso só poderei saber assistindo ao dito-cujo. Consideremos tal possibilidade.

Outra coisa que também ocorre e é algo que sempre me irrita em se tratando de clipes indianos, é o fato de mais de uma pessoa ter a mesma voz. Ok, gente, eu entendo que seja só dublagem, mas cantores lá no Hindustan não faltam; o que custava ter contratado mais algum pra fazer com que a mãe do rapaz não tivesse a mesma voz da Manisha, e tal? 

E então, pra fechar com chave de ouro, quem nos aparece? Observem um pouco melhor os últimos minutos do clipe e a resposta virá rápido aos mais atentos. Com uma roupa de dar inveja aos rubro-negros e uma barbicha da última moda em Paris, ele, o pai de todos, Anupam Kheeerrr

Contudo, no final das contas, parece que eu me apeguei bastante à musiquinha e fiquei com vontade de ver o filme e entender o contexto. Quem sabe daqui a um tempo eu não venha a postar sobre Saudagar e mate a curiosidade sobre os ursinhos de pelúcia? Eu sei que é uma questão intrigante e que quem ler ficará com vontade de entender. Mas por enquanto me despeço, e até mais. :D

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Bollywood em tela grande: Tees Maar Khan!

Está acontecendo o Festival do Rio, evento pelo qual nunca me interessei e que todos os anos traz à cidade muitos filmes de vários países. Parece que às vezes são exibidos alguns filmes indianos, soube de Om Shanti Om não sei quando e de Taare Zameen Par no ano passado. 

Há poucos dias uma amiga minha me disse que havia um filme de Bollywood no festival. Entrei na página no festival esperando...bem, qualquer coisa menos Tees Maar Khan. É, TMK! Só lembro de ter ficado muito chocada e começar a rir quando li. Analisemos:

1) Filme da Farah Khan!
2) Filme com item number!
3) Filme com a Katrina Kaif!
4) FILME COM O AKSHAY KUMAR! MEU AKKI!

Não curto muito sair de casa, mas não me seguro quando realmente quero algo. Perdi a sessão das 16:30 e a única solução seria ir às 21:30. O filme passou no Fashion Mall, em São Conrado (ô lugar ruinzinho de andar!). Convenci minha querida mamãe, também conhecida como Eliz, a ir comigo. Meu coração se encheu de alegria com isto:


Hora de explicar o porquê de tanto esforço e emoção por um filme do qual não gosto. Sempre que um filme indiano vai passar na telona, é em alguma mostra de cinema. A primeira que conheci foi a da Caixa, a segunda foi a do MAM. É lindo, é legal, mas continuo sentindo que é aquela coisa à parte. Amo cinema indiano e sei que é uma coisa diferente, mas não me identifico muito com essa postura de adorar ser a diferentona. Não que haja algum problema em gostar de algo excêntrico, mas a minha relação com o cinema indiano é de querer ver, ler sobre, ter o máximo possível de contato. Sendo assim, me incomoda muito a dificuldade que temos em conseguir os filmes. Queria andar pela cidade sabendo que posso entrar em alguma sala de grande cinema e lá estará algum filminho do Shahrukh Khan me esperando.

O povinho dançante da UTV! Fiquei toda boba.


Tentativa de Akshay e Akshaye.
Acho que já deu para entender melhor o começo da minha emoção quando vi o nome do filme escrito lá, todo grande e bonito. Isso porque mais cedo eu havia passado de ônibus pelo mesmo lugar e fiquei toda torta tentando ver (e consegui!). Mas não foi apenas isto que me deixou feliz. Ainda falando da lógica dos filmes indianos que passam aqui, sempre há a preocupação dos organizadores de mostras em escolher filmes com o máximo possível de atrativos para o público, que não os conhece. Tem que ser assim mesmo, mas confesso que já não me anima pensar em ir ao cinema para ver Lagaan ou Taare Zameen Par outra vez. São filmes incríveis, mas essa sensação de "normalidade" que eu desejava ter com o cinema indiano na cidade por ao menos uma vez só viria se eu assistisse a um filme muito aleatório, que não tivesse sido decretado por Deus e o mundo como maravilhoso. Só queria ir ao cinema e ver um filme indiano muito ruim, é pedir muito? Sei que é.

Aí, estava lá. Tees Maar Khan. Akshay Kumar. Katrina Kaif. OMG, EU IA VER SHEILA KI JAWANI EM TELA GRANDE! BADE DILWALA!

Tirei fotos da tela porque sou idiota, mas todas ficaram bem ruins. O ar me faltou quando o Akshay surgiu. Oun, minha coisa linda da gengiva gigante! Fiquei o tempo todo perguntando : "Mãe, ele não é lindo?" (a resposta era sempre "Não"). Até pela Katrina dei meus gritinhos internos (alguns externos também), Kat é sempre linda (mais ainda em tela grande!). E o Akshaye Khanna continua sendo o melhor do filme, ri  outra vez das mesmas piadas. Não esqueçam que já comentei o filme aqui.

Depois de ficar dançando Bade Dilwala em público com minha mãe (tudo bem, ninguém viu), ver duas pessoas saindo com meia hora de exibição, morrer com Wallah Re Wallah e ficar podremente emocionada com Happy Ending (minha pobre mãe foi obrigada a ver até o fim), estou certa de uma coisa: um dos piores filmes me proporcionou uma das noites mais alegres do meu ano. Obrigada, Farah Khan!